Um homem que inovou o modelo de cultura regional, nas prefeituras de Franco da Rocha e Francisco Morato
Eu
o conheci em meados da década de 1990, quando ele respondia pela diretoria
artística da Rádio Estação FM de Franco da Rocha, na grande São Paulo
(ne875.com.br). Eu havia sido contratado pela emissora para comandar as noites
de sábado, quando fomos apresentados. Ali ele também apresentava um programa
noturno que promovia uma espécie de gincana interescolar e os alunos iam
defender seus colégios em um quem-sabe-sabe. O negócio era tão contagiante que
acabava envolvendo a maioria dos profissionais da rádio, quando ocorriam as
finais da tal gincana, dessa vez em um ginásio de esportes da cidade e seu
poder de comunicação ficava evidente cada vez que abria o microfone.
Voltamos
a nos encontrar durante a reunião de um grupo de comunicadores, no Centro
Cultural da mesma cidade. Ele, assim como eu, havia saído da rádio e agora
exercia o cargo de secretário de cultura da cidade, trabalho que lhe rendeu ainda
mais notoriedade na região, pois sempre foi um homem pluralista e inquieto com
o que tinha sob sua tutela. Na verdade, em se tratando de cultura, ele não
conseguia se manter apenas em seu quadrado e sempre envolvia pessoas e grupos
de outros municípios nos projetos que desenvolvia.
Alguns
anos depois, nos reencontramos na cidade vizinha e ele, mais uma vez, comandava
a pasta da cultura de Francisco Morato. Para mim, que procuro acompanhar a cena
cultural de lá, posso afirmar que a sua presença naquele lugar foi um divisor
de águas. Se a cidade sempre seguiu um modelo engessado de cultura, a partir
sua chegada houve uma considerável mudança, promovida pelo cara que nunca se
deixou levar pela mesmice e sempre mostrou que pensar “fora da caixa” é o
melhor caminho para quem quer inovar.
Na
época eu ensaiava a produção de um jornal virtual e até chagamos a divergir em
uma publicação, o que em nada alterou o respeito que sempre tivemos um pelo
outro.
Ele
atuou como palestrante, escritor, organizador de eventos, etc, etc e tal. Religioso,
sua obra sempre esteve voltada à paz de espírito e o bem ao próximo.
Na
última eleição para prefeitos e vereadores, se candidatou a uma cadeira no
legislativo da cidade de São Paulo e me convidou para participar de sua nova
empreitada e, mais uma vez, o trabalho me colocou ali, para mais essa
tarefa. Porém, o destino não permitiu que ele fosse eleito.
No dia 29 de julho deste ano, esse mesmo destino também não quis mais que ele continuasse a palestrar, escrever, trabalhar... viver.
Paulo
Braga. Um homem que, por onde passou, deixou seu legado de respeito, trabalho e
transformação.
Diz
uma frase atribuída a Adeildo Paraíso, que em 1989 era presidente do sindicato
dos estivadores do Porto de Recife: ”O homem é eterno, quando seu trabalho
permanece".
Paulo
Braga. Você é eterno.
Concordo com o que escreveu em número, gênero e grau. Show, capitão!
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