terça-feira, 1 de agosto de 2017

O legado de Paulo Braga



Um homem que inovou o modelo de cultura regional, nas prefeituras de Franco da Rocha e Francisco Morato

Eu o conheci em meados da década de 1990, quando ele respondia pela diretoria artística da Rádio Estação FM de Franco da Rocha, na grande São Paulo (ne875.com.br). Eu havia sido contratado pela emissora para comandar as noites de sábado, quando fomos apresentados. Ali ele também apresentava um programa noturno que promovia uma espécie de gincana interescolar e os alunos iam defender seus colégios em um quem-sabe-sabe. O negócio era tão contagiante que acabava envolvendo a maioria dos profissionais da rádio, quando ocorriam as finais da tal gincana, dessa vez em um ginásio de esportes da cidade e seu poder de comunicação ficava evidente cada vez que abria o microfone.

Voltamos a nos encontrar durante a reunião de um grupo de comunicadores, no Centro Cultural da mesma cidade. Ele, assim como eu, havia saído da rádio e agora exercia o cargo de secretário de cultura da cidade, trabalho que lhe rendeu ainda mais notoriedade na região, pois sempre foi um homem pluralista e inquieto com o que tinha sob sua tutela. Na verdade, em se tratando de cultura, ele não conseguia se manter apenas em seu quadrado e sempre envolvia pessoas e grupos de outros municípios nos projetos que desenvolvia.

Alguns anos depois, nos reencontramos na cidade vizinha e ele, mais uma vez, comandava a pasta da cultura de Francisco Morato. Para mim, que procuro acompanhar a cena cultural de lá, posso afirmar que a sua presença naquele lugar foi um divisor de águas. Se a cidade sempre seguiu um modelo engessado de cultura, a partir sua chegada houve uma considerável mudança, promovida pelo cara que nunca se deixou levar pela mesmice e sempre mostrou que pensar “fora da caixa” é o melhor caminho para quem quer inovar.

Na época eu ensaiava a produção de um jornal virtual e até chagamos a divergir em uma publicação, o que em nada alterou o respeito que sempre tivemos um pelo outro.

Ele atuou como palestrante, escritor, organizador de eventos, etc, etc e tal. Religioso, sua obra sempre esteve voltada à paz de espírito e o bem ao próximo.

Na última eleição para prefeitos e vereadores, se candidatou a uma cadeira no legislativo da cidade de São Paulo e me convidou para participar de sua nova empreitada e, mais uma vez, o trabalho me colocou ali, para mais essa tarefa. Porém, o destino não permitiu que ele fosse eleito. 

No dia 29 de julho deste ano, esse mesmo destino também não quis mais que ele continuasse a palestrar, escrever, trabalhar... viver.

Paulo Braga. Um homem que, por onde passou, deixou seu legado de respeito, trabalho e transformação.

Diz uma frase atribuída a Adeildo Paraíso, que em 1989 era presidente do sindicato dos estivadores do Porto de Recife: ”O homem é eterno, quando seu trabalho permanece".

Paulo Braga. Você é eterno. 



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