segunda-feira, 17 de junho de 2013

Em outras palavras




Em momentos é intensidade, alta tensão, calor de fundição, aço derretido
Tudo ao mesmo tempo
e se desenha alta velocidade e turbilhão
Ideias liquidificadas, centrifugadas, mosáico

Em outros é serindade, bonança,
céu de estrelas apreciado da rede que balança na varanda em noite de verão
Riacho tranquilo que desliza desviando de pedrinhas lapidadas pelo tempo

As vezes, mesmo irritada, é fera que não assusta
que não interpreta o papel
que não incorpora o mal em um coração que não permite tal sentimento dentro de si

De vez em quando se revela tempestade ameaçadora
de nuvens negras e ventos de açoite e
se assim não for, de outro modo não será

Ri, chora, entende, compreende, não entende
diz, silencia, acalanta, critica, elogia, se compadece
miscigena ideias e sensações entre o nascer e o por do sol
e quando o astro novamente brilha
se recicla, revive, vive,
Faz viver

Tradução de você

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Que presente você quer do seu amor?

Tem gente que pensa que presente é só de desembrulhar

É bom olhar de fora essa euforia, correria e desespero na busca de última hora pelo presente do dia dos namorados. O mais impressionante é que a data – assim como todas as outras forjadas pelo comércio para alavancar vendas – é anunciada desde trinta segundos após o término do dia das mães; as propagandas voltadas aos pombinhos começam a ser veiculadas assim que você entrega o presente da madre.


De qualquer forma, quem é que não gosta de ganhar presentes, seja lá que dia for? Pena que a conversa aqui esbarra na famigerada e ostensiva forma de incutir na cabeça dos menos avisados, que o presente é uma obrigação ética, moral e terminantemente obrigatória, tudo isso traduzido em objeto, em material; senão não vale. Conceitos como respeito, carinho, amizade, compreensão, parceria e, claro, amor, são usados nas propagandas apenas como pano de fundo para nos convencer a colocar a mão no bolso e consumir e consumir, desmedidamente.

A impressão que tenho é que se, eventualmente, não presenteamos com um objeto qualquer, todo o empenho, dedicação, atenção, amor e carinho demonstrados ao longo do tempo, de nada valeu. E o pior é que tem gente que pensa realmente assim. Entendo que o presente em forma de objeto é a representação materializada daquilo que sentimos por outra pessoa, no caso a amada, e não simplesmente um protocolo de atendimento a uma determinada data chancelada pelo capitalismo selvagem.

Neste dia dos namorados, seria legal se as pessoas dessem presentes embrulhados que causam surpresa ao serem abertos, mas que, antes de tudo, simbolizassem amor, carinho, compreensão, parceria, etc., etc., etc. Que fossem troféus de honra ao mérito.

Pense nisso