segunda-feira, 21 de junho de 2010

E se o Brasil for hexa? Muda o que?

Perder os quadrinhos da Folha de São Paulo, pra mim, é como ficar sem um gole diário de vinho, ao anoitecer. Dispensável dizer que o humor intrínseco das tiras nos põe a pensar em mais de uma forma de entender o mesmo contexto.

Partindo dessa premissa, não posso deixar de concordar veementemente com uma das análises da copa do mundo, abordada na tira de Fábio Moon e Gabriel Bá, publicada no último sábado 19/6. Em cinco quadrinhos, eles resumem o sentimento do brasileiro – e por que não dizer de tantos outros países mundo afora – sobre o furor causado pela competição.

A imagem de bandeirinhas do Brasil disposta em varais, que ilustra o primeiro quadrinho, vem acompanhada da frase “Uma vitória”; no segundo, a ilustração é de mendigos debaixo de uma marquise, embrulhados em jornais velhos, seguido da frase “Um troféu”; nos terceiro e quarto quadrinhos, duas imagens (um bêbado debruçado no balcão e, abaixo, prostitutas abordando clientes em uma avenida) dividem o espaço, com as frases “não resolve a vida de ninguém” e “mas todo mundo torce”. No último, uma ratazana afirma: “mas vamos vencer”.

Juntando tudo: uma vitória, um troféu, não resolve a vida de ninguém, mas todo mundo torce. Mas vamos vencer.

Divina abordagem.

As perguntas são:

Quem é mesmo que vai vencer o que?
O que é que vamos ganhar com isso?
O que muda na nossa vida se o Brasil for hexa?

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