quarta-feira, 14 de julho de 2010

Só um tapinha não dói

Está no site http://bit.ly/auoBM1 a notícia de que o Governo Federal vai enviar ao Congesso Nacional uma proposta de Lei que prevê punição para pais que usem castigos físicos com a alegação de educar os filhos, a chamada "palmada".

Claro que espancar não é remédio e não educa ninguém em nenhuma circunstância. O presidente Lula recebeu merecida salva de palmas, quando afirmou que “conversar é melhor do que bater”. Sim, como jornalista que sou, e por utilizar a palavra como meio de vida, tenho mesmo de defender uma boa conversa em detrimento da pancadaria. No entanto acho meio absurda a ideia de se estabelecer uma Lei que proíbe os pais de darem palmadas nos filhos.

Ainda me lembro de um professor de português que tive no ensino fundamental, a quem devo sinceros agradecimentos pelo que aprendi de nossa língua, graças ao método que utilizava para incutir algum conhecimento em nossas cabeças de moleques arteiros, como todos os outros da mesma idade.

Ele nos fazia recitar o “Trem de Alagoas”, de Ascenso Ferreira ou mesmo a “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias, por exemplo, de pé, em alto e bom som, para que toda a sala ouvisse. Quando – raramente – alguém não tinha na ponta da língua, ele nos dava puxõezinhos de costeletas como “castigo”.

Na verdade não doía nada, mas só de ser o centro das atenções por alguns segundos, já nos servia de exemplo para “não tornar a outra”, como dizia meu pai. Aliás, meu pai que nunca me bateu, mas que sempre apoiou o método do professor.

No caso da tal Lei, o Governo Federal diz que a intenção não é interferir ou criminalizar as atitudes dos pais, mas evitar que casos como a morte de Isabella Nardoni se repitam. http://bit.ly/alCqmK Então peraí. Uma coisa é uma coisa e outra coisa... a gente já sabe... a menina foi morta e, como acompanhamos exaustivamente pela imprensa, ela não morreu tentando ser educada com palmadinhas, mas sim, arremessada estupidamente da janela do sexto andar de um prédio. No caso, ninguém ali estava preocupado em educá-la, mas castigá-la, o que é completamente diferente.

Com todo respeito e admiração que tenho pelo presidente Lula, o Brasil tem coisas mais, muito mais importantes e urgentes para serem resolvidas, do que Leis que regulamentam e proíbem inocentes palmadinhas no bumbum de crianças arteiras.

A propósito: de minha mãe eu levava palmadinhas todos os dias. Merecidamente, diga-se.

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